Essa é uma pergunta que sempre me fazem nas minhas apresentações. Independente do significado, medidas têm que ser adotadas.
São diversas as formas de se medir a inadimplência. Isso faz com que encontremos números muito divergentes quando consideramos médias nacionais.
Normalmente entende-se que até 30 dias do vencimento é atraso. Após 30 dias é inadimplência.
Se você medir os índices no dia seguinte do vencimento, evidentemente que o número é alto, 40 a 50% no caso das instituições de nível superior. Quando se considera 30 dias depois do vencimento, os índices caem fortemente. E na rematrícula, no ensino superior, estão por volta de 4 a 7% na média nacional.
É sabido que a folha de pagamento, com encargos, é responsável por pelo menos 50% do faturamento, dependendo do regime de tributação da instituição. Falando em tributação, sendo benevolentes, os impostos respondem por 30% do que se arrecada. E muitas instituições acabam se endividando junto ao INSS, FGTS e professores e funcionários ficam com seus salários atrasados. Somando, temos 80% da receita já consumida. Pergunto: E os investimentos? E os custos? E a quadra que precisa ser coberta, pois concorrentes estão na frente? E o laboratório de informática que precisa de modernização?
Portanto, quando as pessoas dizem números de 20 ou 30% de inadimplência, certamente estão incluindo os atrasos. Caso contrário, como continuar sobrevivendo?
Lembra do cupim? Vai comendo e quando você perceber…
Segundo estatísticas do IBGE, nos últimos anos, houve uma queda considerável no poder de compra da classe média. Somem-se gastos com telefone celular, internet, televisão a cabo e também a mensalidade escolar. Quem será que fica por último na prioridade do cliente? Todos sabemos, de cor e salteado, a resposta. A instituição tem que esperar para receber. Apesar de ter cumprido o seu papel prestando os serviços previstos no contrato, a contrapartida não é verdadeira.
Ainda que o atraso seja pequeno, temos que ir para o combate. Não é possível que alguém deixe de honrar um compromisso assumido e posteriormente pague como quiser, sem correção alguma. Isso é um encorajamento ao não pagamento em dia. É o mesmo que dizer: ‘’ azar o seu que pagou no vencimento. ’’ Vantagens mil para os inadimplentes e para os adimplentes sequer um ‘’ muito obrigado pela pontualidade ‘’.
A Confenen – Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino – preconiza que se deixe de lado a passividade e se passe a agir com base nos instrumentos e meios possíveis, até que para o inadimplente, dever seja uma desvantagem, não um benefício.
‘’Venceu? Cobre!’’
Quanto mais rápido se começar a cobrar, maiores serão as chances de receber.
Quem um devedor paga primeiro? Aquele que mais o incomoda. Então, não tenha o mínimo pudor em incomodar. Mesmo que o inadimplente não goste, ele saberá que esse é o procedimento previsto na política de cobrança (ligações diárias de cobrança).
Fonte: Redução da Inadimplência no Setor da Educação/RCS Editora/Dorival dos Santos Machado.
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